Soluções para essa epidemia têm sido discutidas e colocadas em prática em diferentes níveis: secretarias criam programas de prevenção, escolas reorganizam processos e educadores buscam formas criativas de enfrentar as dificuldades do dia-a-dia. Todas elas, além de contribuir para o bem-estar e o desempenho do profissional, têm impacto positivo na qualidade da Educação.
Os "remédios" prescritos -tanto no sentido de prevenção quanto no tratamento -são gestão, formação, organização do tempo, trabalho em equipe, relacionamento com os alunos, infra-estrutura, currículo e valorização social. Nenhum combate sozinho todos os sintomas, mas, associados, eles podem formar um coquetel eficaz para acabar com a situação de impotência diante de um sistema tão doente.
Bem-estar para quem se prepara:
Os conhecimentos sobre didática avançam; a necessidade de se manter atualizado com relação aos conteúdos é constante; as salas de aula estão se tornando inclusivas; a sociedade exige cada vez mais da escola; e, por fim, há um abismo entre a formação inicial e a prática do Magistério. A pressão e a ansiedade para se adequar a tudo isso muitas vezes dão origem a doenças, mal-estar e tensão.
Horários para estudo e diversão
Uma boa forma de reduzir o cansaço físico e mental e ainda melhorar os resultados de aprendizagem dos estudantes é ter tempo para estudar, planejar e reunir-se com os colegas sem esquecer os momentos de lazer. De acordo com a pesquisa NOVA ESCOLA e Ibope, os professores gastam em média 59 horas por semana em atividades ligadas ao trabalho 50% desse tempo em sala de aula. Metade deles tem menos de seis horas por semana de lazer. Esses são os que mais apresentam sintomas de estresse como insônia e dores de cabeça freqüentes.
A Finlândia, o país com a melhor Educação do mundo segundo o Pisa, avaliação feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, é um lugar em que a carreira docente está entre as mais concorridas e desfruta de grande prestígio. Lá, as principais apostas do sistema educacional são um currículo amplo e a formação docente. "A escola é o reflexo da sociedade na qual está inserida", conclui Inês Teixeira.